Nunca estivemos tão ligados — e nunca nos sentimos tão isolados. As redes sociais, criadas para unir pessoas, tornaram-se vitrinas de vidas idealizadas e campos de comparação constante. A comunicação multiplicou-se, mas a empatia perdeu-se no ruído digital.

Vivemos rodeados de notificações, mas com conversas vazias. A amizade mede-se em “likes”, o amor em mensagens instantâneas, e o valor pessoal em seguidores. Esta cultura da visibilidade cria uma solidão disfarçada, onde o medo de ficar offline é maior do que o de perder o contacto humano.

A geração digital não precisa de mais Wi-Fi — precisa de presença real. Precisamos de aprender novamente a estar com os outros, a ouvir sem pressa e a falar sem filtros. A tecnologia é útil, mas a ligação mais poderosa continua a ser a humana.

No fim, não seremos lembrados pelos posts que partilhámos, mas pelas pessoas com quem partilhámos silêncio, tempo e verdade.